sexta-feira, 18 de abril de 2025

 Na segunda-feira, Porto Alegre foi sacodida por um temporal apocalíptico. Coisa de louco. Todo mundo atarantado — eu mesmo acabei amassando meu táxi tentando fugir da tormenta. Minha passageira, hoje, contou que estava em um velório quando começou a tempestade. Imagina! O dia virou noite, ventania, os vidros da capela chacoalhando, todo mundo tenso, até que... Faltou luz. Breu. A capela cheia, o caixão aberto, as portas sacodindo, um galho voou numa vidraça e blaaamm. Caco de vidro pra todo lado, a viúva dando piti, escuridão, geral se segurando no caixão, mulher desmaiando, velho se mijando, mó clima de terror, de repente a porta se abre, o vento sopra a chuvarada pra dentro do velório e a luz de um relâmpago ilumina uma figura enorme, roupa esvoaçante, braços abertos, o próprio belzebu em pessoa! Gritaria! Era o padre que chamaram para a extrema-unção, o homem apavorado, tentando fugir do temporal, dá de cara com uma sala escura, repleta de gente em pânico, em volta de um caixão!

Minha pobre passageira disse que nunca mais bota os pés em um velório. Nem no seu! Já combinou que quer ser cremada e fim. Não a condeno.

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