Na segunda-feira, Porto Alegre foi sacodida por um temporal apocalíptico. Coisa de louco. Todo mundo atarantado — eu mesmo acabei amassando meu táxi tentando fugir da tormenta. Minha passageira, hoje, contou que estava em um velório quando começou a tempestade. Imagina! O dia virou noite, ventania, os vidros da capela chacoalhando, todo mundo tenso, até que... Faltou luz. Breu. A capela cheia, o caixão aberto, as portas sacodindo, um galho voou numa vidraça e blaaamm. Caco de vidro pra todo lado, a viúva dando piti, escuridão, geral se segurando no caixão, mulher desmaiando, velho se mijando, mó clima de terror, de repente a porta se abre, o vento sopra a chuvarada pra dentro do velório e a luz de um relâmpago ilumina uma figura enorme, roupa esvoaçante, braços abertos, o próprio belzebu em pessoa! Gritaria! Era o padre que chamaram para a extrema-unção, o homem apavorado, tentando fugir do temporal, dá de cara com uma sala escura, repleta de gente em pânico, em volta de um caixão!
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