O mapa no retrovisor
A dor infinita do Quintana de não ter passado por tantas ruas de Porto Alegre, tanta gente que não conhece além do seu bairro, do seu apartamento, a imaginação entre quatro paredes. A cidade é tão diversa, tão cheia de reentrâncias, qual o mapa do poeta. Muito além dos pontos turísticos, o alto dos morros, a zona rural, a orla pra lá de Ipanema, a cidade invisível (que nem em sonhos sonhei), as quebradas da periferia. O táxi tem trânsito livre pela cidade de fato, a cidade real, crua e encantadora. A ideia de fotografar pelo retrovisor é mostrar o que passou, o que o táxi deixa para trás (poeira ou folha levada), enquanto o taxista procura ganhar a vida. A imagem refletida no espelho e além dele, o que está por vir, neste Porto quase sempre Alegre.Cidade do meu andar
(Deste já tão longo andar)
E talvez de meu repouso
2 comentários:
Ei Mauro,
Enquanto lia sua postagem me veio a mente uma música dos Engenheiros do Hawaii que ficou ecoando ao fundo:
"Suave é a noite / é a noite que eu saio / Pra conhecer a cidade / E me perder por aí / Nossa cidade é muito grande / E tão pequena / Tão distante do horizonte / Do país" (Longe demais das capitais).
Um abraço!
Um tempo desses, indo (de táxi) num bairro bem mais afastado do centro que o meu, com um taxista que provavelmente deve pegar mais corridas com distâncias menores, me chamou a atenção como alguns lugares onde a última vez que eu tinha ido antes haviam mudado em intervalos que variavam entre 8 e 20 anos. E a observação do taxista sobre uma maior proporção de motos em algumas regiões de Porto Alegre.
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