O taxista tinha trabalhado bem. Era tarde da noite, o movimento havia caído e ele decidiu que era hora de recolher. Ia rodando pela avenida, luminoso desligado, em direção à sua casa quando uma mulher lhe fez sinal. Ele, então, resolveu fazer uma corrida a mais. Um erro. Uma corrida além da última sempre vem acompanhada de problemas.
A passageira acabou levando o taxista para uma parte pouco habitada de uma vila pobre da periferia. Encerrada a corrida, quando já manobrava para voltar para o asfalto, surgiu um garoto correndo sabe-se lá de onde. Ele chorava muito. Agarrado à porta do táxi, o menino implorou que o taxista acudisse sua mãe, que estava ferida. Mesmo contrafeito, o taxista não teve como negar o socorro.
Em seguida, surgiu da escuridão o pai do menino trazendo a mulher no colo. Segundo o homem, ela tinha sido vítima de uma bala perdida. Estava baleada no peito e precisava ser levada com urgência a um hospital. O taxista, então, empreendeu uma desesperada corrida rumo ao Pronto-socorro.
Alta velocidade, alerta ligado, mão na buzina. O menino chorava, no banco da frente, enquanto o homem, atrás, tentava estancar o sangue que brotava no peito da mulher. A vítima, que no começo urrava de dor, aos poucos foi silenciando. Logo, ouvia-se só um gemido e depois nem isso. Um péssimo sinal.
Em uma rápida parada para cruzar um corredor de Ônibus, o homem abriu a porta de trás do táxi e saiu correndo, deixando o taxista com um menino assustado e uma mulher inconsciente dentro do carro. Seguindo aos apelos do garoto, o taxista acabou tocando, assim mesmo, para o hospital.
A mulher chegou morta ao Pronto-socorro. Mais tarde, na delegacia, o menino confessou que tinha sido o próprio pai o autor do disparo, por isso havia fugido. Depois de prestar os devidos esclarecimentos, o taxista foi liberado. Chegou em casa arrasado, com o dia já amanhecendo.
Ficou a lição: jamais fazer uma corrida além da última.
4 comentários:
o que aconteceu que nao tem mais causos? snifffff
Saudades dos posts semanais.
Perdeu a graça o meu domingo de manhã.
Este era o meu primeiro programa de domingos.
snif snif snif
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Perdeu a graça o meu domingo de manhã.
Este era o meu primeiro programa de domingos.
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Dramas sociais que seguem acontecendo, mesmo quando o taxista adormece...
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