Já contei várias histórias envolvendo corridas para aeroportos. Lembro da corrida que o Suquinho fez para um estrangeiro, ele largou o homem na porta do terminal e esqueceu de retirar as bagagens. Foi-se com as malas do gringo. O mesmo Suquinho, que é uma lesma no trânsito, acabou fazendo uma passageira perder o voo. Ela ligou para o ponto reclamando do taxista. Pouco depois, chegava a notícia da queda do avião em Congonhas, o voo que a passageira do Suquinho perdeu.
Teve também o caso do meu colega Carneirinho, que entrou dentro do pátio do aeroporto, para largar um piloto na área dos hangares. Ao tentar achar a saída, acabou parando na pista principal, quase atropelado por um Boeing. Ou, ainda, o episódio de um aviador que tinha uma amante em Caxias. Ao chegar à cidade, pegou um táxi para levá-lo à casa da namorada. O que ele não contava era com a coincidência de o taxista ser justo o marido traído.
Tem também o caso de um paulista que estava preso em meu táxi em um congestionamento monstro, prestes a perder o voo, e pediu meu telefone. Ele queria fazer uma ligação para o aeroporto alertando que havia uma bomba a bordo, para que adiassem a partida. Com o número do meu celular!
Depois do caso do copiloto que trancou-se na cabine e jogou o avião contra o solo, muitos andam com o pé atrás. Mas um passageiro que eu levava hoje para o aeroporto me contou uma história que prova que do destino ninguém foge.
O homem contou que estava indo para Colatina, no Espírito Santo. Pegou o trem no Centro de Porto Alegre, o aeromóvel até o aeroporto Salgado Filho, embarcou no avião que o levou até o Rio de Janeiro, pegou outro voo até Vitória no Espírito Santo. De lá, pegou um ônibus até a rodoviária de Vitória e outro ônibus até Colatina. Depois de toda essa epopéia, resolveu pegar um táxi, mesmo morando a poucas quadras. Na primeira esquina o táxi foi abalroado por um caminhão que o deixou em coma por três dias.
Do destino, ninguém foge.
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