O taxista rodava tranquilo pelo meio de um bairro da Zona Norte quando deparou com dois homens que respingaram de uma ruela, correndo feito loucos. Pareciam estar fugindo de alguma coisa. O taxista notou que eles estavam apavorados. Resolveu ajudar.
Os pedestres pediram que o taxista os tirasse dali. Pareciam ser boa gente, e estavam mesmo desesperados. Um deles, gordinho, calva suada e olhos esbugalhados, explicou que tinham sido assaltados, que os ladrões estavam armados. Implorou que o taxista abrisse a porta.
No meio da madrugada, em um bairro afastado, escuro, abrir a porta para dois malucos em disparada não é uma coisa tão simples de fazer. Mas o taxista sentiu que os homens precisavam mesmo de ajuda. Deixou-os embarcar e acelerou.
Enquanto o taxista dirigia, os passageiros procuraram se acalmar, respiraram fundo, explicaram o que tinha se passado. Estavam dentro do carro, namorando em uma rua escura, quando foram abordados por um homem armado. Ele exigiu que eles desembarcassem, ameaçou matá-los. Eles saíram correndo enquanto o bandido levava o carro. Horror!
Pediram que o taxista os deixasse em um bar onde o proprietário, amigo deles, pagaria a corrida. Na correria, o gordinho contou que deixou cair o dinheiro. Disse que ainda viu a carteira cair, mas ficou com medo de parar de correr. O taxista perguntou se não queriam voltar para apanhar a carteira, mas os dois preferiram a segurança do bar do amigo.
O taxista ainda cogitou convidar algum colega para acompanhá-lo até aquela ruela esquecida no meio de um bairro da Zona Norte, mas era tarde, o dia logo amanheceria e ele precisava entregar o carro. Encarou a empreitada sozinho. Iluminou a cena do crime com os faróis do táxi. Percorreu alguns metros até achar a carteira. Continha uma imagem de Santo Expedito, um preservativo e alguma grana.
Aquele dinheiro veio em boa hora. No mais, descartou o preservativo e agradeceu ao santo das causas urgentes.
2 comentários:
Eu entendi bem? O taxista furou o dinheiro da carteira?
Digo, furtou
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