Tratava-se de um passageiro comum. Um jovem falando ao celular. Nada que chamasse a atenção. Ele pediu que eu tocasse para o Bairro Cristal. Passava pouco do meio-dia.
A conversa ao celular parecia ser com um amigo de longa data. Meu passageiro falou que tinha “saído”, que estava “na área” de novo. O papo cheio de gírias começou a me deixar desconfiado. Aos poucos fui percebendo que o sujeito não era flor que se cheirasse.
A próxima ligação foi para uma antiga namorada. O cara reclamava por ela não o ter esperado, por ter arrumado outro. Avisou que estava de novo na ativa, que estava arrumando dinheiro para comprar um barraco, mas que ela estava fora dos planos dele.
Parecia claro pra mim que o sujeito estava saindo da prisão, mesmo assim me deixei levar. A ruazinha que ele pediu que eu entrasse era entre uns prédios residenciais, não despertava suspeitas, ainda mais a uma hora daquelas. O que não percebi é que a rua não tinha saída, que no final havia apenas um beco que levava a uma favela.
O rapaz levantou um tanto a blusa e segurou a arma sem retirá-la da cintura. Pediu que eu passasse o relógio, o celular, a féria...Aquela situação terrível que todo taxista conhece.
Meu batimento cardíaco aumentou de vez quando uma mulher com um cachorrinho pela guia aproximou-se do táxi. A cena dentro do carro congelou. O ladrão com a mão na arma, eu com o braço estendido em sua direção, segurando o dinheiro. Nós dois, imóveis, esperando que a mulher saísse do lado do táxi. Senti uma gota de suor escorrer pela testa.
Não posso afirmar com segurança, mas sou capaz de jurar que o cachorro fez xixi na roda do meu carro. A dona do bicho, mangolona, não desconfiou daquele táxi parado no final da rua, com dois homens imóveis dentro. E ainda deixou o animal mijar no pneu!
Na delegacia, o policial registrou mais uma de tantas queixas de taxistas assaltados, mas recusou-se a colocar o maldito cachorro no boletim de ocorrência.
Chateado.
5 comentários:
A essa altura do campeonato, eu me convenço cada vez mais do valor da pena de morte para essa ladroagem safada. Aquela maconheirada da turma de "direitos humanos" insiste em dizer que a pena de morte "não resolve" o problema da criminalidade, e que bandido tem que ser "ressocializado", mas vagabundo reincidente não faz questão de ser "ressocializado", então é melhor evitar a reincidência descendo o chumbo nessa chinelagem...
Apesar de tudo, continuo contrário à pena de morte e ao justiçamento. Ambos permitem que inocentes, eu digo inocentes mesmo, acabem pagando com a vida. Os poderosos sempre escaparão do castigo e é fácil pôr a culpa em outro ou sair impune, quando se tem poder. Mas alguma coisa precisa ser feita. Indigno-me mais pelo fato de que criminosos são presos, ficam pouco tempo no ócio de uma prisão que é escola e clube de crime e, em seguida, são libertados para voltarem a roubar e matar. Precisamos de mais cadeias e da obrigadoriedade para que cada preso trabalhe efetivamente para custear suas próprias despesas e ajudar suas eventuais famílias. E, antes de tudo, precisamos de uma educação mais eficiente não apenas na infância, e de uma ideologia que não obrigue todo mundo a querer as coisas a qualquer custo.
Os apaixonados por cães vão dizer que tu, apaixonado por carro, ficaste mais chateado com o fato de o cachorro mijar no teu táxi do que com o assalto que sofreste.rsrs
Triste de ouvir sobre seus problemas.
Em tempos como este que você está apenas feliz para não se ferir.
Talvez você possa se reunir para ver se você pode coletar dados em conjunto para ajudar a capturar os assaltantes. CC filmagem de televisão e, talvez, de um sistema para o outro contaction.
Google translate
e lá se foi a féria de um dia de trabalho ...
cara safado!
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