Eu estava em meio à confusão do trânsito quando o telefone tocou. Era um amigo internauta, que sempre deixa comentários inspirados no meu blog. Ele estava em Porto Alegre, queria me conhecer pessoalmente e levar um livro autografado do Taxitramas para sua casa em Santa Catarina. Anotei o endereço do hotel e toquei pra lá.
No caminho, deu um branco e esqueci o primeiro nome do meu amigo virtual. Lembrava apenas que era um nome comum seguido das letras P.L. Depois de tentar desesperadamente conseguir uma wireless para acessar à internet, resolvi tocar logo para o hotel, pois já estava atrasado. Quando bati o olho no homem postado na portaria do hotel, o nome veio. Eduardo!
Estacionei o táxi e batemos um papo animado. Em poucos minutos éramos amigos antigos, muitos assuntos em comum, ideias parecidas. Como estava mesmo na hora de passar o táxi para o parceiro da noite, entreguei o carro e fiquei com Eduardo no prédio da Fundação Iberê Camargo, que ele queria muito conhecer.
Depois de apreciar o impactante acervo do artista dos carretéis, reunidos em um prédio não menos genial, chegou a hora de irmos embora. E quem diz que conseguimos um táxi? Meu amigo vem de longe conhecer um taxista e ficamos sem condução! Sem problemas: ficamos, literalmente, a ver navios, batendo papo em frente ao prédio, admirando o sol poente mais lindo do mundo. Quase lamentamos quando o táxi chegou.
Só agora, escrevendo essa história, aliás, acabei lembrando que o taxista que nos resgatou no museu era uma figura, e contou uma corrida formidável que fez para uma mulher estranha com uma bolsa cheia de dólares. Acabei esquecendo de anotar aquela história, como tantas outras que meus colegas contam e caem no esquecimento...
O fato é que, naquela dia, um conhecido virtual tornou-se um grande amigo real, desses que abrimos a porta de nossa casa e fazemos questão da visita. Ele conheceu minha família, eu conheci a dele, e a internet, que muitas vezes é acusada de isolar as pessoas, tornou-nos amigos para sempre.
PS: Leia a outra versão desta história no blog VIRTUAL/REAL
13 comentários:
Mauro,
é como o Edu falou, você fala gostoso de se ouvir. Pq parece mesmo que eu estou ouvindo. E é isso mesmo, a internet não isola as pessoas. Quem se isola é ilha. Gostei de tudo aqui
Mauro do "Há Braços!
É isso mesmo! A internet ajuda a criar amigos quando usada inteligentemente! Gostei muito do que aqui li! Confesso que não visitava este blogue. A partir de agora conte com mais um visitante. Já li algumas das últimas crónicas e gostei muitissimo.
Parabéns por essa escrita fabulosa!
Mauro? Como assim eu não te conhecia? Como assim? Estou apaixonada pela tua história e olha que só li essa por enquanto. Já tinha visto tua familia..siceramente prestei mais atenção na menina...pois também tenho uma. mas agora..lendo e relendo teu encontro com o Eduardo..a que delicia...as conexões que sentimos e sabemos existir..incrivél, sincero, delicioso, simpatico..tudo de bom;;ah o tamanho da minha empolgação...vou ler um pouco mais..mas é que hoje estou enrolada em casa com tudo prá fazer..mas de boa acho que a casa vai esperar eu ler. Beijos a todos vocês.
Em um mundo de inimizades fáceis, é agrável ler uma história como essa. Quem conhece Mauro Castro tem a noção exata de que o mundo pode melhorar. Sou amigo do Mauro, embora não fequentemos um a casa do outro, e me orgulho dessa amizade não porque ele seja famoso, mas muito pelas suas qualidades multifacetadas e mais ainda pelo personagem real que ele é, constituído de caráter, humanidade e alegria. Abrs
A recíproca é verdadeira, meu caro Plínio.
Como não ser amiga desse grande cara? Um dia ainda dou uma fugidinha aqui de SP e vou ter o privilégio de conhecer a ele, a dona da pensão e a filha linda que ele tem. Marco audiência. (tb quero autógrafo!)
Mauro,
"Amigos para sempre": que bonito!
Sua reportagem sobre o primeiro encontro com o Eduardo é poética, sensível e verdadeira. Parabéns!
O Eduardo ajuda a fazer os contatos iniciados na internet darem certo, nao é mesmo?
Beijos!
A internet faz cada coisa, traz amigos, traz o mundo.. hoje em dia é normal conhecer alguém pela internet... mas eu acho que isso é super válido porque a internet possibilita o encontro com pessoas que tem os mesmos interesses seus, o que nos encontros da vida demora um bocado mais pra conhecer...
Kisu!
Excelente história de um grande encontro. Não conheço PA, mas qd lá fôr quero ter um "taxi" assim. Um abraço grande.
Será bem vindo, Jorge!
Há braços!!
Não me espanta que a amizade tenha se firmado dessa maneira. Quem resiste a esse encanto de gente?
Abraço.
conta a historia da mulher estranha com os "doli"vai...
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