Aviso aos meu passageiros

Tudo começou quando eu, desastrado, passei com o táxi por cima do meu celular - nada demais para um tonto como eu. Como precisava de telefone para trabalhar, peguei outro aparelho para colocar o meu chip. Como esse novo celular estava bloqueado para uso em outra operadora, fui até uma loja proceder o desbloqueio (obrigatório por lei). Foi quando começou minha agonia.
Na loja, o código que deveria liberar o aparelho não funcionou. O atendente, simpático, que me reconheceu do jornal, disse que a única coisa que podia fazer era abrir um protocolo, registrando minha reclamação. Daquele momento em diante, passei a atender pelo número 2010159505598. Como bom brasileiro que sou, tive que ir para casa esperar que a operadora me ligasse informando um novo código.
Três dias depois, um responsável pela área técnica da empresa me ligou. Como o número que ele me passou também não desbloqueou o aparelho, fui informado que teria que aguardar uma nova ligação. Nesse novo contato, eles me passariam as orientações de como enviar, via correio, sem custos (não diga!), o celular de volta à fábrica para conserto. Prazo estimado para a função: 15 dias!
Em desespero de causa, recorri à Anatel, agência que regula o setor de telefonia. O funcionário achou um absurdo a situação, que já se arrastava havia vários dias. Com ar de indignado, disse que tomaria uma atitude, o que me deixou animado. A atitude foi abrir um protocolo! Me passou o número da reclamação e mandou-me para casa esperar dois ou três dias. Seria cômico se eu não estivesse perdendo dinheiro com a brincadeira.
Toda essa novela é para avisar a meus fiéis passageiros que já se passou uma semana e ainda não consegui ter meus direitos de consumidor respeitados: estou sem telefone. Se vocês ainda não conseguem contato comigo, é por culpa de uma maldita operadora de telefonia. Que isso fique bem claro.