O Walmor começou a trabalhar no meu ponto e logo conquistou a simpatia de todos. Era um sujeito brincalhão, de bem com a vida, sempre zoando os colegas. Nunca procurei saber porque trazia o apelido de "Telinho". Fui descobrir isso da pior forma possível.
Quando comentei que tocava teclado em uma banda de garagem, Telinho ficou interessado. Disse que também era músico amador, tocava guitarra. Como nossa banda estava, justamente, precisando de um guitarrista, resolvi convidá-lo para um ensaio.
O estúdio onde nossa banda ensaia foi montado na garagem de um dos integrantes. Um ambiente familiar, portanto. O Jorjão, dono da casa, sempre prepara alguns petiscos para os músicos e seus convidados. Quem quer comer come, quem quer beber bebe.
Para deixar meu colega Telinho mais à vontade, Jorjão o convidou a experimentar uma cachacinha curtida no butiá. A bebida estava estocada em um enorme vidro de 3 litros. Meio encabulado, Telinho disse que, para não fazer desfeita, tomaria só um "martelo", que é como se chama aquela dose de cachaça servida em um copo minúsculo.
À medida que o ensaio transcorria, entre uma música e outra, meu colega deixava a guitarra e ia até o vidro de cachaça pegar mais um martelinho, que é o diminutivo do martelo, ou mais um "telinho", que é o diminutivo do diminutivo do martelo. Antes do fim do ensaio, Walmor já tinha tomado todo o vidro de cachaça e eu já sabia o por que do seu apelido.
Levei-o para casa trocando as pernas e chorando em meu ombro. Para completar, me fez um vale de dez pilas para comprar fraldas para o filho recém-nascido...eu mereço!
Desnecessário dizer que nossa banda precisou achar outro guitarrista. A trajetória de Telinho como meu parceiro musical estava acabada. De volta ao ponto de táxi, o difícil foi convencê-lo a desistir da ideia de me acompanhar aos próximos ensaios.
11 comentários:
Que encosto!
Ah,meu Deus!Eu ia dizer é dose,mas ia parecer piada infame,rs.
Ahahahahaha... Por aqui ninguém diz martelo, mas se fosse, tenho uns amigos que seriam chamados de TELÃO.
Abraços!
Ô, Telinho : que papelão, hein? oO
Rs
ℓυηα
Mauro, concordo inexoravelmente com a "hipocrisia" ser necessária para se viver em sociedade. Abraçoos.
Hahahaha Ri muito. O Telinho é danadinho, revelou-se no final.
Beijos
;*
hahahaha,
sensacional!
hahaha
imagino a cena e o constangimento...
abraços!
Ô ma broda... olha só o quanto um companheiro de profissão ganhou de gorjeta :
http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/1,,EMI148110-16353,00.html
SRN
Rafael Leonardo Braga
www.cidadedopensar.wordpress.com
Putz, pelo menos o pior já passou.
Telinho, Mário e outros quero distância... rs
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