domingo, 11 de abril de 2010

Uma história animal!

Chegando ao destino da corrida, o passageiro indicou onde morava e eu estacionei. Enquanto ele pegava o dinheiro, escutei uns gritos estridentes no alto de umas árvores próximas. Comentei com o homem que devia haver um papagaio por ali. Animado, em poucos minutos, antes de desembarcar, meu cliente me contou uma história incrível.
Na verdade, o canto no alto das árvores não era de um papagaio, mas de uma enorme arara-azul. Segundo meu passageiro, ele ganhou o animal ainda filhote. Ela foi criada solta e circula por todo o bairro, sem problemas. A vizinhança ajuda a cuidar do bicho. Orgulhoso, ele contou que a ave sumiu uma única vez.
Meu cliente disse que tinha sido hospitalizado. Sem a presença do dono, o pássaro acabou indo embora. Desesperada, a filha dele, que ficara cuidando da arara, ligou para deus-e-todo-mundo. Por fim, os bombeiros disseram que alguém havia ligado informando a presença de um grande pássaro azul no Bairro Partenon, próximo ao Presídio Central.
O passageiro disse que saiu do hospital direto para o Partenon. Chegando à rua indicada pelos bombeiros, encontrou um aglomerado de pessoas admirando a ave, que estava pousada em uma árvore muito alta. Ele teria chamado a arara pelo nome (guri) e ela teria descido voando, direto para o seu braço... Uma história e tanto.
Quando o passageiro desceu do táxi, o alvoroço da arara aumentou. Vendo que eu ficara impressionado com a história, o homem resolveu provar que não estava mentindo. Gritou o nome da ave uma única vez. Foi o suficiente para o animal jogar-se do alto de um Eucalipto em um voo suave e gracioso. Com suas enormes asas azuis e amarelas, ela girou pelo ar até pousar suave no braço do seu amigo. Um show!
Um animal exótico, vivendo solto por um bairro densamente habitado, preso a seu criador apenas pela amizade. Eis ai uma prova de que nem tudo está perdido.

16 comentários:

Anunciação disse...

Concordo.Bonita história;seria bom se todas fossem desse tipo.

Leonardo Pontes disse...

Nossa.. Deve ter sido uma experiência única na sua vida!! Parabéns pelo que viu!!

Kinha disse...

Incrível a história Mauro, minha avó tinha um açum (que eu não sei se se escreve assim ou com dois esses) preto que era criado assim também.

Eliana disse...

"Essa história dava um filme..."
E porque não??? Ao menos um curta pra web!
Eu adoraria assistir e conhecer esses personagens!
Mauro, dê essa sugestão ao seu cliente.
Beijos e boa semana!

Anônimo disse...

Um presente para um dia especial, sem dúvida.
Meu pai assobiava para um sabiá da terra e ele pousava no ombro dele, ia até o bar, ficava ali enquanto eles carteavam.Até que não atendeu mais os assobios. Mil hipóteses.

Vou tentar com um par de gaviões que voam por aqui. Ops!
Abraço.

karin disse...

Uma bela história pra começar a semana Mauro...ótima semana pra ti...com mais histórias desse tipo.Abraçossss

Dalva M. Ferreira disse...

Que lindo! Gostei da história e do estilo, esse então uma verdadeira arara azul voando até o nosso ombro a cada frase, a cada história.

Anônimo disse...

Oi Mauro

Já pensou, seus textos, davam uma série televisiva bem bacana!!! Adoro ler as suas histórias!

Olga

Anônimo disse...

Gostei do seu blog.
abraço.

Unknown disse...

bela história, mas ainda assim prefiro não acreditar que tem um cara que cria um bicho de raça ameaçada no Partenon...

Mari Lopes disse...

Que bela história. Adoro passaros azuis!
Abs,
Mari.

DÉBORA disse...

O povo costumar falar de bicho que tem omportamento de gente, né? Eis um caso!
=)
Saudades de vir aqui...
Abraços

Aline disse...

Uma boa história pra se contar. Fidelidade está ligada aos animais, assim como os seus instintos. Abraços!

Pitanga Doce disse...

Ai que bom que descobri alguém que tem a mesma "doença" que eu! Hoje escrevi um texto no meu carro a caminho da praia. Vi no seu perfil que também faz isso, ao volante, enquanto trabalha. É um vício escrever, não é?

Abraços cariocas!

Ah! Vim pelas mãos da Clarice.

cRiPpLe_rOoStEr a.k.a. Kamikaze disse...

eu ja tive um periquito que gostava de ficar parado no meu ombro como se fosse papagaio de pirata... ele era acostumado assim desde filhote, só entrava na gaiola qdo eu tinha que ir para o colégio...

Silvia Regina Angerami Rodrigues disse...

Que história bacana! Tomara que seja verdadeira. Há braços!