Dia desses assisti a uma enorme revoada de garças sobre a avenida Ipiranga. Dezenas delas estavam à beira do arroio Dilúvio, olhar fixo para a água - prova que ainda existem peixes por ali -, quando alguma coisa as assustou. Aconteceu, então, uma reação em cadeia, que fez com que todas levantassem voo. Uma cena inusitada e bela, em pleno coração da capital.
Ao que parece, a vida selvagem está cada vez mais à vontade no ambiente urbano. A bordo do táxi, rodando por ai, tenho observado uma quantidade de animais que não se via na cidade. Bandos de caturritas na Agronomia, um casal de Quero-quero guardando seu ninho no parque Farroupilha, Saracuras pelo bairro Partenon, um Pica-pau bicando as velhas palmeiras da avenida Getúlio Vargas. Isso sem falar do já famoso bando de papagaios do bairro Menino Deus.
Outro dia, deparei com uma confusão em plena terceira perimetral. Motoqueiros gesticulavam, interrompendo o trânsito. Logo pensei em um acidente, mas não era nada disso. Um enorme Lagarto estava "estacionado" no canteiro central da via. Os motoboys tentavam conduzi-lo de volta ao interior do Jardim Botânico.
A vida animal deixa a cidade mais humana, isso é evidente. No entanto, é curioso notar que muitos seres humanos, moradores desta mesma cidade, parecem fazer o caminho inverso. É cada vez mais comum vermos pessoas vivendo como animais pelas ruas da capital. É um verdadeiro bando de pedintes, drogados, prostitutas, indigentes e loucos de toda a espécie vivendo por ai em condição subumana.
Os animais que se cuidem.
12 comentários:
Triste mano... "assim caminha a humanidade"
Abraços e boa semana...
A inversão de valores no convívio social,nos leva ao "status-quo" deturpado e retrocedente. A tal ponto, que não se sabe mais como e onde viver ou sobreviver. É triste mas real.
A Carol Costa (http://www.interney.net/blogs/guindaste/) vive falando dos passarinhos q vão para a janela dela aqui em Sampa.
(espero não incomodar... vivo aparecendo para fazer indicações)
Não é só por aí que tudo está a mudar....aqui por Portugal vamos na mesma!
Abraço
As garças do Dilúvio já foram motivo de inspiração, felizmente recompesada com meu poema estampado na frota de ônibus em 2007. Era assim:
Arroio Dilúvio
garças brancas/brincam/em meio/a aguas escuras
Mas, como a vida não é só natureza, os "humanimais" estão ai, tristemente, dando seu colorido às ruas da cidade.
As entidades beneficientes fazem o que podem, vide o Lar Dias da Cruz e a Sociedade Ramiro D'Àvila, mas o Poder Público onde está?
Quem sabe, leiam tua crônica, escrita de forma quase antológica, e façam alguma coisa...
Abs.
Ricardo Mainieri
Salve Maurão.
Quase que sem querer postamos algo parecido. Tem a ver com a mãe natureza, animais que vivem no centro urbano. Quando puder, dá uma olhada lá no que eu acabei flagrando.
Abraços!
Meu caro, tudo está como era no princípio, concordas? As desigualdades sociais persistem desde que que alguém gritou "Isto é meu!"(ou deu uma bordoada na cabeça do habitante da caverna) e fez do vizinho seu inferior.
Pena que os bichinhos precisem vir à cidade para comerem.
Aqui curto muitas aves também, e nos últimos meses estou de olho num par de gaviões, filhotes que chegaram junto dos pais, e que fazem festa e alarido bem aqui em frente.
Abraços e muitas revoadas alegres.
É... está tudo literalmente ao contrário nesse mundão... é humano se comportando como bicho, e bicho pensando que é humano, que é gente (digo isso pela minha cachorrinha) hehehehe...
Sorry pelo sumiço Mauro!
E ó... não esqueci do meu marcador de livros não hein? hehehehhe
"Há braços"!
(:
E acredito que em alguns casos nós também devamos nos cuidar.
Beijos
Bem filosofado!
tem alguns seres "humanos" que valem menos que um animal... alguns "pedintes" sempre se prevalecem preferindo abordarem senhoras idosas, até com alguma dose de violência...
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